
Em texto publicado em sua coluna dominical no jornal "O
Globo", o baiano também critica a participação do advogado Antonio Carlos
de Almeida Castro, o Kakay, 56, nas ações do grupo.
"Kakay é advogado de RC, não fala oficialmente pela
associação. E RC só apareceu agora, quando da mudança de tom. Apanhamos muito
da mídia e das redes, ele vem de Rei. É o normal da nossa vida. Chico era o
mais próximo da posição dele; eu, o mais distante", escreveu Caetano.
Kakay presta consultoria a Roberto Carlos na disputa
judicial em torno das biografias e frequentou reuniões do grupo Procure Saber,
que apoiou publicamente a exigência de autorização prévia para a publicação de
biografias --uma posição que sempre foi defendida por RC.
Com a má repercussão gerada pela atitude do grupo, acusado
de censura, entrou em cena um "administrador de crises" convocado por
Kakay e por Dody Sirena (empresário de Roberto Carlos), que sugeriu uma nova
abordagem do assunto --depois disso, Roberto Carlos deu uma entrevista ao
"Fantástico", no último domingo (27), em que afirmou ser a favor das
biografias não autorizadas, desde que houvesse "certos ajustes" à
legislação vigente.
"Hoje (sexta), leio que um administrador de crises
sugere que a Procure Saber seja desfeita, já que a mácula de atitude de
censores pode sumir das imagens dos artistas, (...) mas não da de uma
associação. Bem, o mínimo que posso dizer é que justamente meu desprezo pela
ideia de cuidar de minha imagem como quem a programa para obter aprovação é o
mesmo que me leva a tender para a liberação das biografias e a olhar com
desconfiança para o conselho do especialista", escreveu Caetano em sua
coluna.
Caetano também cita em seu texto três colunistas da Folha
que trataram do assunto na semana passada.
"O artigo de Fernanda Torres na 'Folha' diz o que eu
gostaria de dizer, se minha cabeça fosse centrada como a dela. Ela diz: 'Sou a
favor da liberação'. Mas: 'Por outro lado, alguns limites merecem
atenção'", escreveu o músico.
Sobre Ruy Castro e sua coluna da última sexta
("Jabuticabas jurídicas"), que defendeu a necessidade de
independência dos biógrafos e criticou as "jabuticabas jurídicas
--filigranas inéditas em outros países--, na forma de 'ajustes' ou
'meios-termos', para no fundo deixar tudo como está", Caetano escreveu que
ela "mostra, em termos simples, a inutilidade do novo discurso
moderado".
"Mais veemente do que ele, Jânio de Freitas, um
jornalista de histórico glorioso, viu na recente virada estratégica um
desrespeito pior aos princípios democráticos do que na radicalidade dos
primeiros pronunciamentos: ambos, Castro e Freitas, veem sobretudo
dissimulação. Para mim, ressalta o fato de que não há novidade conceitual
nenhuma", escreveu Caetano.
O compositor afirma ainda que "a discussão está longe
de ter chegado a um termo" e que "se o tom unilateral que tomou a
imprensa me causou alguma revolta, as notas e matérias que deixam entrever
manobras suspeitas provocam considerável mal-estar".
No encerramento do texto, disse que "apesar de toda a tensão, continuo achando que estamos progredindo".
No encerramento do texto, disse que "apesar de toda a tensão, continuo achando que estamos progredindo".
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