
Ela é uma
cantora de rock gospel cristão, que passa dias e dias na convivência de
lideranças protestantes e cujas músicas são entoadas por milhões de pessoas no
chamado Bible Belt (região sul dos Estados Unidos dominada pela religião
evangélica), além de ser comentarista de religião do canal BBC News - e agora
assumiu publicamente a sua orientação homossexual.
Em uma
entrevista publicada nesta quinta-feira, 14, pelo jornal britânico The
Independent, Vicky Beeching disse ser lésbica.
De acordo
com o jornal, ela pode se tornar uma figura chave na liberalização do
anglicanismo - e também deve ser amplamente criticada pela sociedade em que
está inserida.
"Os
livros, desde criança, mostravam a destruição de Sodoma e Gomorra por causa da
'abominação' homossexual, e então perceber que eu era atraída por garotas foi
um sentimento horrível, eu fiquei tão constrangida", diz ao The
Independent.
Desde a
infância, ela cresceu em um ambiente religioso - fato que sempre causou
sentimentos confusos -, e aos 16 começou a aparecer com a música.
Pela
pressão exercida ao seu redor, dedicou a maior parte da adolescência aos
estudos, que a levaram a Oxford.
Aos 23
anos, Vicky se mudou para Nashville, onde viveu, "no coração da América
conservadora", por seis anos, vivendo a partir das suas músicas de
adoração.
Aos 29,
se mudou para a Califórnia no mesmo ano em que descobriu que carregava uma
doença auto-imune grave, que causava lesões na pele e poderia a levar a morte.
Ao
começar um tratamento severo, decidiu se acertar com a própria sexualidade
quando fizesse 35 anos.
"Essa
é a metade da minha vida: não posso perder a outra", disse.
Em abril
deste ano, ela assumiu a orientação aos seus pais. "O que Jesus ensinou é
uma mensagem radical de boas vindas, inclusão e amor.
Eu tenho
certeza de que Deus me ama do jeito que sou, e eu tenho um grande senso para
comunicar isso aos jovens", disse a cantora.
"É
de partir o coração", ela diz, quando questionada pelo jornal sobre o
porquê de não abandonar a fé que a considera má.
"Os
ensinamentos feitos pela igreja foram a razão pela qual eu vivi com tanta
vergonha, isolamento e dor durante todos esses anos. Mas mais do que
abandoná-la e dizer que ela está quebrada, eu quero ser parte da mudança",
concluiu.
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