A cafeicultura é uma importante fonte de renda para a
economia brasileira, participando na receita cambial, na transferência de renda
aos outros setores da economia e gerando a formação de capital no setor
agrícola do País. Durante todo o processo de produção, desde o plantio até a
colheita, problemas fitossanitários ocorrem nos cultivos de café, entre os
quais a praga mosca-das-frutas. O Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela
Embrapa Café, uma unidade da Embrapa, empresa vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desenvolve pesquisas que
contribuem para o controle de uma das pragas que atacam as lavouras cafeeiras.
A mosca-das-frutas também ataca outras culturas como: manga, mamão, pitanga,
goiaba, acerola, entre outros.
De acordo com o gerente-geral da Embrapa Café, Gabriel
Bartholo, a mosca-das-frutas apresenta um ciclo de vida em que seu período
larval se desenvolve especialmente no interior dos frutos, alimentando-se, em
geral, de sua polpa. Esse inseto faz parte de um grupo de pragas da
fruticultura mundial e ataca de forma secundária a cafeicultura. “O seu ataque
provoca fermentação indesejável no fruto e como conseqüência traz prejuízos à
qualidade do café”, explica.
As três principais espécies da mosca-das-frutas que atacam o
café são Anastrepha fraterculus;
Anastrepha amita e Ceratitis capitata, que predomina na cafeicultura. A
espécie C. capitata é a menor entre a mosca-das-frutas que ocorre na
agricultura brasileira. É uma praga de clima tropical e subtropical. “Algumas
espécies são mais invasoras e altamente colonizadoras, como a Ceratitis
capitata, e outras têm distribuição restrita e baixa capacidade de se adaptar a
novos ambientes, como a maioria das espécies das regiões temperadas, do gênero
Ragholetis. As larvas do inseto são a porta de entrada para outros
microorganismos e patógenos que provocam doenças no cafeeiro”, ressalta
Bartholo.
Danos – Em regiões de clima quente como o Oeste da Bahia, o
Sul e Cerrado de Minas Gerais, e principalmente em lavouras irrigadas, a
presença das larvas consumindo a polpa do café aceleram a fase de grão cereja
do fruto, passando este rapidamente para a fase de passa e seco. O ataque da
mosca-das-frutas na polpa, além de prejudicar a qualidade da bebida, constitui
foco de infecção. Pode, também, causar apodrecimento e queda dos frutos. Os
períodos dos ataques coincidem com o período de maturação do café cereja.
Controle da mosca-das-frutas – Não é recomendável o uso de
controle químico da mosca-das-frutas na cafeicultura. O método mais eficaz
consiste no controle biológico, fazendo a avaliação das espécies de
mosca-das-frutas e suas classificações, em cada região. A principal finalidade
desse sistema de monitoramento é capturar as fêmeas que, no período que
antecede o início da oviposição, precisam de grandes substâncias protéicas e
carboidratos. Os machos também são coletados nas armadilhas. Com esse método, insetos são capturados
através do uso de armadilhas e também são coletados frutos contendo ovos e
larvas que, posteriormente, seguem para análise.
As principais armadilhas usadas no Brasil são as seguintes:
MacPhail – confeccionada em plástico ou vidro; biológica - confeccionada em
plástico ou vidro e Pet – confeccionada a partir de recipientes de refrigerante
de 2 litros. Todos os exemplos citados utilizam como atraente alimentar o
melaço de cana-de-açúcar a 5-7% ou proteína hidrolisada de milho a 5%. O tempo
de troca das armadilhas é de 7 a 10 dias, dependendo da época do ano. Deve-se
evitar inseticida na calda colocada nas armadilhas.
Os modelos mencionados capturam tanto Ceratitis capitata
como as espécies de Anastrepha. Com um manejo adequado da lavoura e o
monitoramento das principais pragas, também conhecidas como pragas-chave, de
cada região cafeeira, certamente a sustentabilidade da produção e do meio
ambiente estão garantidos.
O Consórcio Pesquisa Café atua por meio de pesquisas
desenvolvidas pelas entidades consorciadas que, no caso específico são: a
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Instituto Capixaba
de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a Universidade
Federal de Viçosa (UFV) e a Embrapa Café.
Mais resultados das pesquisas sobre o controle da
mosca-das-frutas no site da Epamig, ou acesse diretamente o link da circular
técnica “Como controlar a mosca-das-frutas que ataca café cereja nas lavouras
de Minas Gerais”.
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Higor Sousa Silva (MTb 9684/DF) e Cristiane
Vasconcelos (MTb 1639/CE)
Fone: (61) 3448-4566
Site: http://www.embrapa.br/cafe
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/
Serviço de Atendimento ao Cidadão: http://sac.sapc.embrapa.br
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