
A trajetória de John Winston Ono Lennon, uma das figuras
mais ricas, controversas e influentes que a humanidade já conheceu, foi
interrompida em 8 de dezembro de 1980 por quatro tiros disparados por Mark
David Chapman, suposto fã do ex-beatle.
A tragédia que tirou a vida do artista fez com que milhares
de fãs usassem um trecho de uma de suas músicas para expressar o sentimento de
desolação e desesperança com o ocorrido: The dream is over (O sonho acabou), da
música God, presente no trabalho John Lennon/Plastic Ono Band, o primeiro após
o rompimento de sua banda mais famosa.
Tais sentimentos foram reforçados pela própria trajetória do
artista. Nascido em 9 de outubro de 1940, em Liverpool, John foi criado pela
sua tia Mimi, após ser abandonado pelo pai e ter uma tumultuada relação com a
mãe, Julia, morta em um momento em que tentava se reaproximar do filho.
O sucesso com os Beatles não foi suficiente para adoçar uma
personalidade que poderia ser tão amável quanto violenta e cruel em momentos.
As dúvidas em relação ao próprio talento e vocação,
acredite, só começaram a se dissipar quando Lennon e a companheira, Yoko Ono,
começaram a assumir uma postura ativa pela paz e pela tolerância, e construíram
uma família, em Nova York, com o nascimento do filho Sean.
Além da morte trágica justamente neste momento pacífico e
bem-resolvido, a perda de uma figura tão importante para tantas pessoas motiva
exercício de imaginação sobre como seria a vida daquele mito pop hoje em dia.
No caso de John Lennon, que completaria 75 anos nesta
sexta-feira (9/10), esse exercício é facilitado — e ganha legitimidade — pela
participação de Philip Norman, um dos mais renomados biógrafos dos Beatles e de
John Lennon, autor dos livros Shout: The Beatles in their generation e John
Lennon: the life.
Em entrevista exclusiva, Norman falou sobre os relacionamentos
que definiram a vida de John. Visto que Paul McCartney continua a pleno vapor,
gravando discos e saindo em grandes turnês, o escritor analisou a velha
competitividade entre os velhos parceiros.
Philip Norman foi enfático ao afirmar que o artista continuaria
lutando pela paz e pela tolerância, como fez em 1969, ao, por exemplo, devolver
a medalha de Membro do Império Britânico (MBE, em inglês), devido ao apoio da
Inglaterra à Guerra do Vietnã, ou os icônicos protestos pacíficos com Yoko em
Montreal e Amsterdã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário